Produzir
um filme no Brasil não é uma tarefa simples, principalmente quando o assunto é
dinheiro. Se você não dispor de muito dinheiro, tem que buscar financiamento do
governo, o que também não é fácil de conseguir.
Uma
nova alternativa é o crowdfunding, um fundo de investimento coletivo que
arrecada dinheiro para determinados projetos, filmes, CD’s, entre outros.
O
cineasta Aristeu Araújo escreveu o curta “Com todo o amor de que disponho”, mas
não sabia como tirar do papel. “Para se financiar um filme de curta-metragem,
atualmente, há basicamente dois caminhos: ou o realizador banca do próprio
bolso a empreitada, ou busca um prêmio junto a editais públicos”, conta.
O
cineasta tentou um financiamento público, mas, como o filme se passa em
Curitiba e em Foz do Iguaçu, não se enquadrava nas normas do governo. “Então,
automaticamente, comecei a me planejar para eu mesmo bancar os custos mínimos
do filme”, revela.
No
entanto, mesmo com a colaboração dos atores e da equipe que iria fazer tudo de
graça, o filme parecia inviável. “O financiamento coletivo veio, então, como
uma terceira opção. Pedimos apenas sete mil reais, o que é o mínimo do mínimo
necessário. Conseguimos aproximadamente 8,5 mil”, explica. O curta está em
pré-produção e tem planos para rodar na primeira quinzena de dezembro.
Ele
critica a falta de incentivo por parte do governo do Paraná para obras de áudio
visual. “Para melhorar, é necessário entender que o cinema é um setor
estratégico. Investir no cinema é investir na própria auto-estima do povo”,
diz.
Outro
grupo que optou pelo financiamento coletivo foi o grupo musical Ser Tão Trio.
Bruno Menegatti, rabequeiro do grupo, conta que foi a primeira experiência
deles com o crowdfunding e deu um ótimo resultado. “Ficamos muito contentes por
atingir o nosso orçamento pra gravação de disco apenas com divulgação entre
parentes, amigos e nas redes sociais em geral. Optamos por essa alternativa
porque acreditamos na capacidade das pessoas se unirem e realizarem algo dessa
maneira”, explica.
O
Ser Tão Trio esteve pela primeira vez em Curitiba no primeiro semestre de 2014.
“Gostamos muito da capital paranaense. Pudemos tocar em cinco espaços
diferentes da cidade com o projeto "Isto é modinha", inclusive no
Solar do Barão e no Teatro do Paiol, que são espaços muito bonitos e
tradicionais da cidade”, conta.
Menegatti
explica que a produção de um disco tem diversos gastos como horas de estúdio,
de gravação e mixagem, prensagem dos discos, confecção de capa, custo de
direitos autorais, produção, etc. “O governo tem suas ferramentas, editais,
leis de incentivo, mas penso que elas ainda ficam distantes dos músicos em
início de carreira e com menos experiência no mercado. Deveríamos ter mais
recursos destinados às áreas culturais em geral e que eles fossem mais
pulverizados nas instâncias estadual e municipal também”, finaliza.
Com
Amor,
C'est
la Vie.
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