sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Crowdfunding: uma alternativa para o financiamento de produções culturais

Produzir um filme no Brasil não é uma tarefa simples, principalmente quando o assunto é dinheiro. Se você não dispor de muito dinheiro, tem que buscar financiamento do governo, o que também não é fácil de conseguir.

Uma nova alternativa é o crowdfunding, um fundo de investimento coletivo que arrecada dinheiro para determinados projetos, filmes, CD’s, entre outros.

O cineasta Aristeu Araújo escreveu o curta “Com todo o amor de que disponho”, mas não sabia como tirar do papel. “Para se financiar um filme de curta-metragem, atualmente, há basicamente dois caminhos: ou o realizador banca do próprio bolso a empreitada, ou busca um prêmio junto a editais públicos”, conta.

O cineasta tentou um financiamento público, mas, como o filme se passa em Curitiba e em Foz do Iguaçu, não se enquadrava nas normas do governo. “Então, automaticamente, comecei a me planejar para eu mesmo bancar os custos mínimos do filme”, revela.

No entanto, mesmo com a colaboração dos atores e da equipe que iria fazer tudo de graça, o filme parecia inviável. “O financiamento coletivo veio, então, como uma terceira opção. Pedimos apenas sete mil reais, o que é o mínimo do mínimo necessário. Conseguimos aproximadamente 8,5 mil”, explica. O curta está em pré-produção e tem planos para rodar na primeira quinzena de dezembro. 

Ele critica a falta de incentivo por parte do governo do Paraná para obras de áudio visual. “Para melhorar, é necessário entender que o cinema é um setor estratégico. Investir no cinema é investir na própria auto-estima do povo”, diz.

Outro grupo que optou pelo financiamento coletivo foi o grupo musical Ser Tão Trio. Bruno Menegatti, rabequeiro do grupo, conta que foi a primeira experiência deles com o crowdfunding e deu um ótimo resultado. “Ficamos muito contentes por atingir o nosso orçamento pra gravação de disco apenas com divulgação entre parentes, amigos e nas redes sociais em geral. Optamos por essa alternativa porque acreditamos na capacidade das pessoas se unirem e realizarem algo dessa maneira”, explica.

O Ser Tão Trio esteve pela primeira vez em Curitiba no primeiro semestre de 2014. “Gostamos muito da capital paranaense. Pudemos tocar em cinco espaços diferentes da cidade com o projeto "Isto é modinha", inclusive no Solar do Barão e no Teatro do Paiol, que são espaços muito bonitos e tradicionais da cidade”, conta.

Menegatti explica que a produção de um disco tem diversos gastos como horas de estúdio, de gravação e mixagem, prensagem dos discos, confecção de capa, custo de direitos autorais, produção, etc. “O governo tem suas ferramentas, editais, leis de incentivo, mas penso que elas ainda ficam distantes dos músicos em início de carreira e com menos experiência no mercado. Deveríamos ter mais recursos destinados às áreas culturais em geral e que eles fossem mais pulverizados nas instâncias estadual e municipal também”, finaliza. 


 OBS: A matéria acima foi produzida pela C'est la Vie Produções e veiculada na Revista Gilda

Com Amor,
C'est la Vie.

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