Há
pouco mais de 1 mês, os espectadores mais maduros da cidade contam
com um espaço exclusivo de cinema. Trata-se das sessões gratuitas
que serão exibidas nas últimas terças-feiras do mês, às 14h, no
Espaço
Itaú de Cinema, no Shopping Crystal. Um convidado especial irá
conduzir debates após as sessões. A iniciativa faz parte do
programa Itaú
Viver Mais, que planeja atividades físicas e socioculturais ao
público acima de 55 anos, em diferentes cidades brasileiras.
Tatianna Galeckas,
coordenadora geral, esclarece as diretrizes do trabalho: “O
programa existe desde 2004, atuando em seis estados (Rio Grande do
Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia).
Nesses 10 anos, participaram mais de 12 mil pessoas. Buscamos o
entendimento e a valorização dessa população, que deve chegar a
25 milhões de pessoas no Brasil em 2020”.
Nielsan Santos, analista
de marketing e divulgadora do programa em Curitiba, informa por que o
Cinema foi incluído no leque de atividades do programa Itaú Viver
Mais: “Entendemos que o cinema é também uma forma de resgate da
cultura e entrega de valor”. Nielsan lembra que as sessões não
são exclusivas para o público acima de 55 anos: “São sessões
comuns. Se uma pessoa abaixo dessa faixa etária quiser assistir e
acompanhar os pais ou avós, por exemplo, a entrada é permitida, mas
como público pagante”, avisa.
O filme exibido na sessão
de setembro foi Magia ao Luar, de Woody Allen. Após a exibição, o
debate foi conduzido por Paulo Camargo, professor de Jornalismo da
PUCPR e crítico de cinema. O breve discurso de Camargo mencionou
aspectos da filmografia de Woody Allen, citando obras como Annie Hall
(Noivo Neurótico, Noiva Nervosa ), vencedor de melhor filme e melhor
direção, em 1977, e Hannah e suas irmãs, vencedor de melhor
roteiro, 1987. Além disso, o crítico destacou semelhanças entre o
filme Meia noite em Paris e Magia ao Luar, evidenciando os anos 1920
e instigando os comentários do público.
A
ideia é provocar os espectadores no evento, abrindo caminho para o
debate, explica Camargo: “O condutor deve despertar no público a
vontade de falar sobre o que acabaram de ver, considerando a
experiência de assistir a um filme em companhia de pessoas que
compartilham mais ou menos o mesmo imaginário sobre cinema”. E o
objetivo do crítico foi alcançado. Logo depois de seu discurso uma
enxurrada de comentários e perguntas foi iniciada. A maioria
referia-se ao prazeroso ritual de ir ao cinema e se “transportar”
para outra realidade, da qual, por muitas vezes, se sentem
coadjuvantes.
Para
Camargo, porém, o prazer dessa experiência retringe-se cada vez
mais a um número menor de pessoas, normalmente, das gerações mais
maduras: "Hoje é possível acessar filmes do mundo todo pela
Internet. Por um lado, não dependemos tanto de distribuidoras para
assistir a títulos mais autorais, e isso é libertador. Por outro,
assistir a filmes no computador, em tablets ou no celular está
privando as novas gerações da magia que é estar frente a frente
com a tela grande, em um momento de fruição coletiva”, avalia.
A jornalista aposentada
Shirley Galupo, que assistiu à sessão e participou do debate,
concorda com Camargo: “Sem dúvida, ‘no escurinho do cinema’, é
outra coisa, né?”, diverte-se. Shirley soube da exibição das
sessões em agosto, pelo jornal, e agora diz que vai se cadastrar
para participar mais vezes. “O programa é muito bacana. Sou de uma
geração que, antes de ir ao cinema, avalia quem é o diretor, qual
é o filme, por isso, a oportunidade de participar de um debate
depois é muito enriquecedora”, declara.
Para
quem estiver interessado em participar das sessões gratuitas,
Nielsan Santos dá as orientações: “Primeiro, é preciso se
cadastrar no programa, preenchendo uma pequena ficha. O cadastro pode
ser feito de segunda a quarta-feira, no horário de funcionamento da
bilheteria do cinema. No dia da exibição, pedimos que o público
compareça 1 hora antes da sessão, para retirar o ingresso com
calma”, recomenda.
Produção:
C'est la Vie Produções para a Revista Gilda
Texto: Roberta Gonçalves
Edição: Stacy Barbosa
Fotos: Roberta Gonçalves
Texto: Roberta Gonçalves
Edição: Stacy Barbosa
Fotos: Roberta Gonçalves
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